domingo, 9 de junho de 2013

Zodíaco Egípcio, por Mariana Gomes

Equilíbrio entre o místico e o mundano marca “Zodíaco Egípcio”

Por Mariana Gomes

O polímata Imhotep inventou, 2769 anos antes de Cristo, o calendário egípcio. O ano se iniciava Mênfis, a cidade dos primeiros faraós. A partir deste calendário, os astrólogos egípcios criaram um Zodíaco divido em 12 signos, correspondentes aos doze meses do ano. Cada signo é representado por um deus, assim, cada divindade rege durante um tempo e deixa como legado aos nascidos no período as suas características próprias.

Naqueles tempos, não costumava-se dividir o natural, o humano, do sobrenatural. Como, nos dias de hoje, em apenas uma tela, pode-se imaginar como possível a junção desses mundos aparentemente tão distantes? Essa é a grande chave que abre o baú dos segredos da exposição “O zodíaco egípcio”, aberta ao público nas Livrarias Catarinense, de 1º a 31 de dezembro de 2012. Do sol leonino ao imenso mar azul de peixes, passando pelo venenoso brilho do escorpião, as telas do artista plástico Lorenzo Filho trazem o mundo místico dos signos do zodíaco ao pincel. Os signos do zodíaco a seus correspondentes deuses egípcios demonstrando o sutil degrau presente a história os mitos do universo astral.

Destaque para a representação que se dá através das cores. Muito bem colocadas e pinceladas, a linha tênue entre o compreensível e o sensível parecem demonstrar o que há de mais fascinante na magia dos astros. Os deuses egípcios ganham na tela seu lugar de destaque, sem que os signos do zodíaco deixem de demarcar a linha tênue entre os sujeitos e as energias que emanam ao cosmos. Crendo ou não, é impossível não se encantar. As imagens não falam sobre o que acreditam os astrólogos ou os historiadores. Elas retratam o lado transcendental que todos temos em um grau altíssimo de qualidade técnica e imagética.

As curvas macias e intangíveis pontuam o talento do artista ao ousar em suas representações. As mais variadas formas de misticismo e história estão ali, em cada tom escolhido, em cada sombreado decalcado.

De maneira sucinta, as atenções se voltam ao encontro entre o mundo dito real e o místico. Um equilíbrio entre ambos, antes jamais imaginado, pode ser encontrado nas telas de Lorenzo Filho.

Mariana Gomes é formada em comunicação pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Atualmente, é editora da revista Vírus Planetário.


Nenhum comentário:

Postar um comentário